11 de março de 2014

(re) viver

Já há mais de um ano que não vivo na casa onde mais gostei de viver. A nossa primeira casa. Ainda assim, há dias em que acordo de manhã e que por dois segundos ainda é como se acordasse lá. Esticar a minha mão e sentir a tua. Ser tão cedo de manhã que ainda era de noite. 
Tenho medo de me esquecer de todos os contornos daquela casa. Dos cheiros. De como tínhamos as coisas dispostas nos armários da cozinha. Do truque especial para abrir as janelas. Do tamanho exacto do sofá. Do programa da máquina de lavar a roupa. Do mosaico do chão. Acredito que com o tempo alguns detalhes sejam perdidos algures pelas muitas gavetas que temos na memória. E, por isso, quando acordo com a sensação de que ainda estamos lá, faço um esforço de memória e, por mais alguns minutos, continuamos lá. 

Sem comentários:

Enviar um comentário