16 de março de 2014

I'm not bossy. I'm the boss.

"When a little boy asserts himself, he's called a “leader.” Yet when a little girl does the same, she risks being branded “bossy.” Words like bossy send a message: don't raise your hand or speak up. By middle school, girls are less interested in leading than boys—a trend that continues into adulthood. Together we can encourage girls to lead."





Lembro-me de em pequena ser, frequentemente, apelidada e caracterizada de "resmungona" pela minha família. A conversa comigo era cortada com um "és sempre uma resmungona..." ou em conversa com outros "ela é muito boa menina, mas é resmungona até mais não, tem sempre a resposta na ponta da língua.". Não foi algo que (penso eu) me afectasse. Sempre fui muito determinada naquilo que acreditava, naquilo (e naqueles) que defendia. Acho que ainda o sou. Hoje, com muito do que já li sobre o tema papel das mulheres no mundo actual acredito que o meu "resmungona" terá sido, na altura, apenas uma interpretação de um bossy por eu ser menina.

O Movimento Ban Bossy é um movimento que pretende "acabar" com o apelido de Bossy (Mandona) dirigido às mulheres que têm comportamentos de liderança, seja em que fase da sua vida for. Parte do princípio de que se um homem (ou rapaz) toma atitudes de liderança face a um grupo de pessoas é um líder, tem capacidades para ser um chefe (Boss) de uma empresa, tem capacidade de coordenar equipas, tem futuro. Se uma mulher (ou rapariga) demonstra os mesmos tipos de comportamento é apelidada de Bossy (Mandona). Sem querer entrar por extremos do feminismo eu acredito (sei) que isto é mesmo verdade e acontece. Já me aconteceu actualmente, no meio profissional e de mulheres para mulheres. Por isso, o comentário pode vir por maldade, mas acredito que venha mais por estar tão enraizado que se uma mulher levanta a voz, tenta demonstrar ideias diferentes, delega tarefas ou repreende alguém é logo vista como mandona, como alguém que está "a levantar cabelo".

Deixo-vos um vídeo do movimento. E aqui o respetivo site. Para ver, reflectir e mudar pensamentos e atitudes.


2 comentários:

  1. Amei, amei!

    Me identifiquei tanto com o seu relato quanto com a campanha. Na minha infância - que passei no interior do Brasil, com uma família super consevadora como é lugar-comum por aquelas bandas - sempre fui chamada de "atrevida" por todos ao meu redor, simplesmente porque sempre tive espírito de liderança.

    E a repressão foi tão forte, durante tantos anos, que acabei perdendo um pouco aquele espírito livre e atrevido que eu tinha, hoje em dia sou bem mais tímida, menos intrépida e tenho bem menos espírito de liderança... =/

    Apoio essa campanha incondicionalmente!
    Abraço,
    Lidia.

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    1. Olá Lídia =) obrigada pelo teu maravilhoso comentário e sê benvinda. Realmente, são coisas que não nos apercebemos na altura, mas que influenciam e muito. E tudo isto vai depois influenciar o mundo de trabalho em que os cargos de direcção são ainda maioritariamente ocupados por homens e na diferença salarial entre os dois sexos.
      Leva daqui o movimento e partilha, o importante é chegar ao maior número de pessoas e po-las a pensar e quem sabe mudar um bocadinho. Com pouquinho pode-se fazer a diferença.

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